Orgulho.
Do que serve para nós o orgulho?
Talvez para nada, talvez apenas pra nos sentirmos mais fortes em relação ao outro... Mas será que no final das contas isso vai valer à pena?
Acho que nas ultimas duas semanas tenho pensado bastante nisso, em quantas vezes eu já engoli o meu orgulho para falar com alguém. Às vezes a gente espera demais das pessoas, às vezes elas não são
exatamente como a gente pensa que elas são.
Querendo ou não, nós sempre esperamos algo dos outros, quando a gente gosta a gente espera ser correspondido. Quando a gente pede perdão, a gente espera ser perdoado. Nem sempre isso acontece, às vezes sem saber nós fazemos pelo outro, o que jamais ele faria por nós. Eu me acho muito boba nesse aspecto, sabe? Quando eu gosto de alguém eu gosto pra valer, (por isso muitas vezes acabo apostando alto demais, me machucando demais, por gente que não vale à pena.) Realmente eu corro muito, muito atrás enquanto o sentimento ainda estiver ali aceso, até o dia que a chama vai perdendo a força e eu canso. Todo mundo cansa um dia.
Porque, que só eu posso engolir o meu orgulho (?), quando eu começo a ver que só eu to tentando, quando só eu do o primeiro passo, isso já não é mais amizade. Quando ainda é amizade um se importa com o outro, ninguém gosta de ver o seu amigo triste. Dessa vez eu resolvi tentar não transparecer, porque eu ainda fui idiota pra pensar o seguinte: se não quer vim por mim, pelo menos que venha por você, se a minha amizade pra você realmente for importante. Quebrei a cara, acho que mais uma vez apostei alto demais. A amizade que tinha, com essa pessoa, só era (talvez no fundo ainda seja, mas eu sei me acostumar muito bem com esse tipo de coisa.) importante, especial para mim.
Eu, dessa vez não quero voltar atrás, já tentei demais. Agora eu do à vez para a outra pessoa e é ela quem vai decidir, se a nossa amizade é importante ou não? Talvez o orgulho valha mais pra ela, não sei! Eu não quero desculpas nem nada, porque no final desculpas não mudam as coisas. As pessoas têm que aprender que a palavra desculpa é realmente só uma palavra e palavras não curam feridas, o que cura a ferida é o carinho, o amor, a compreensão... A paciência de aceitar que os outros tem defeitos, (porque eu sei que tenho infinitos defeitos) e são esses defeitos que fazem de mim o que eu sou de verdade e são eles que mostram quem realmente quer que eu fique ao seu lado. Porque qualidades todos nós temos também, mas as qualidades são muito fáceis de ver, de se gostar. O amor de verdade vem de se aceitar os defeitos dos outros. Nós seres humanos somos diferentes, temos qualidades e defeitos diferentes, somos diferentes em nossas
ideias e é isso que é o bom da vida, a diferença decididamente é aquilo que nos faz viver numa sociedade. Se fossemos todos iguais seria muito chato, se todos os dias fossem iguais seria incrivelmente tedioso viver aqui. Não teria sentido.
Eu quero a diferença, o debate, a exposição de
ideias, sem hipocrisias. Eu quero respeito, para poder respeitar.
E é disso, de altos e baixos; de amizades verdadeiras, de algumas nem tão verdadeiras assim; que se vive a vida, com todas as diferenças impostas por nós mesmos.
É só isso.
Até mais :*
*O título de Henri Lacordaire